segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

COREIA DO NORTE

O QUE SE MOSTRA E O QUE SE ESCONDE
No espetáculo exibido aos turistas, meninos e meninas de menos de 6 anos de idade cantam músicas de louvor ao regime e juram vingança contra o "imperialismo americano". À direita, criança pede esmola em parque de diversões: essa a propaganda não mostra



FANTASIA E REALIDADE
O outdoor com a maquete de um edifício inexistente ilustra a Pyongyang que a Coreia do Norte gostaria de ter; o bonde decrépito dos anos 70 revela a falta de infraestrutura da capital do país



ELES ESTÃO DE OLHO EM VOCÊ
Passageiros norte-coreanos em vagão de trem com retratos de Kim Il-sung e Kim Jong-Il: pai e filho estão também nas estações de metrô, prédios e avenidas de Pyongyang


FRONTEIRA
Os galpões azuis delimitam as duas Coreias. Postados entre eles, os magros soldados do norte


BELAS E INÚTEIS
Escolhidas pessoalmente por Kim Jong-Il, segundo se diz, as controladoras de trânsito mantêm sua coreografia mesmo quando as ruas estão vazias, o que é frequente em Pyongyang

A ESTRANHA COREIA DO NORTE


"O PRESIDENTE ETERNO"
Em Pyongyang, norte-coreanos reverenciam a estátua de Kim Il-sung, pai do ditador Kim Jong-Il e o único morto a presidir um país


Coreia do Norte tem mais de 200 mil presos políticos, diz Anistia

Manifestantes usam bandeira nortecoreana com a imagem do ditador Kim Jong Il durante um protesto contra grupos pró-Coreia do Norte, em Seul, na Coreia do Sul Foto: AP
Manifestantes usam bandeira nortecoreana com a imagem do ditador Kim Jong Il durante um protesto contra grupos pró-Coreia do Norte, em Seul, na Coreia do Sul AP



MADRI e GENEBRA - A Anistia Internacional divulgou um relatório esta semana em que denuncia a existência de pelo menos seis campos de concentração na Coreia do Norte, que abrigariam mais de 200 mil presos políticos. Só em Yodok, o maior deles, estariam cerca de 50 mil - entre homens, mulheres e crianças.
“Existem bebês que nascem em Yodok e permanecem lá pelo resto de suas vidas”, diz o relatório da Anistia.
Quem critica abertamente o regime e quem acessa veículos de comunicação estrangeiros é condenado aos campos de concentração, também chamados de “de reeducação”, junto com seus familiares. O governo norte-coreano nega a existência desses centros, mesmo com a existência de fotos de satélite e os testemunhos de antigos guardas e ex-presos abrigados por organizações internacionais.
Todos os prisioneiros, inclusive as crianças, são submetidos a trabalho forçado e à tortura. De acordo com a Anistia Internacional, são muitos os casos em que os presos morrem antes de serem libertados. As execuções, tanto as secretas como as públicas, são cotidianas. Uma testemunha ouvida pela ONG afirma que roubar comida é motivo suficiente para ser condenado à morte.
Vítima testemunhou assassinatos durante 28 anos
Kim Hye Sook foi uma das vítimas e testemunhas dos abusos cometido no campo de concentração de Gwalliso, onde chegou com apenas 13 anos para se juntar a seus pais, que já estavam presos. Kim conta que os prisioneiros são tratados de forma desumana e que sofrer abuso dos guardas também faz parte da rotina.
Em uma conferência da Aliança de Cidadãos para os Direitos Humanos na Coreia do Norte, realizada recentemente na Suíça, a sobrevivente contou detalhes da sua experiência de 28 anos no campo de prisioneiros.
Ela contou que era obrigada a assistir execuções públicas e que ficou sem comida para poder alimentar seus irmãos e irmãs, que continuam presos. De acordo com a norte-coreana, muitos presos, assim como ela, não sabiam porque tinham sido presos e acabaram morrendo simplesmente por perguntar.
- Nunca tinha algo bom para se comer e muitas pessoas morriam de fome. Logo após chegar eu já não sentia nada ao ver corpos, depois de ver tantos cadáveres. Os prisioneiros de lá não sabem o que significam direitos humanos. Eles vivem pior do que cachorros.
Kim Hye Sook estima que mais de 100 execuções públicas acontecem todo ano pelo mais variado tipo de delito, “o que inclui até roubar pó de milho por superstição”.
- Eu vi minha primeira execução pública quando tinha 13 anos, era apenas uma criança. Todos no campo tinham que ir e assistir.
Depois de ser considerada uma trabalhadora exemplar nas minas do campo, ela recebeu a permissão de se casar e, depois, de dar à luz dois filhos. Entretanto, seu marido e seu irmão morreram em acidentes nas minas. Após ser libertada em 2001, ela fugiu para a Coreia do Sul, onde vive atualmente, passando pela China e pela Tailândia

Fonte: http://oglobo.globo.com/mundo/ acesso em 05/12/11 

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Papa Bento 16 critica duramente corrupção na África

Usando linguagem excepcionalmente dura, pontífice pede que políticos combatam escândalos, injustiça, ganância, mentira e violência

O papa Bento 16 pediu, de forma contundente, que os líderes africanos não tirem a esperança de seu povo. "Não desliguem suas populações de seu futuro mutilando seu presente", disse o papa.
As declarações foram feitas em Cotonou, na República do Benin, durante o segundo dia da visita do papa à África, perante uma plateia composta por líderes políticos, econômicos e religiosos do pequeno país do Oeste do continente, assim como representantes de nações vizinhas.

Foto: AP
Bento 16 acena para fiéis Ouidah, na República do Benin

Usando uma linguagem excepcionalmente dura, segundo analistas, ele pediu que as autoridades africanas acabem com a corrupção. "Adotem uma posição ética corajosa em relação a suas responsabilidades", disse o pontífice. "Há escândalos e injustiças demais, corrupção e ganância demais, erros e mentiras demais, violência demais, o que leva a miséria e morte."
"Todo povo quer entender as escolhas políticas e econômicas feitas em seu nome. Eles percebem a manipulação e sua vingança é às vezes violenta. Eles querem participação em boa governança", afirmou. "Sabemos que nenhum regime político é ideal e que nenhuma escolha econômica é neutra. Mas estes devem sempre servir ao bem comum. Enfrentamos demandas legítimas, presentes em todos os países, por uma maior dignidade e sobretudo por uma maior humanidade".

Vodu

Mais tarde, o papa vai emitir uma orientação do Vaticano sobre como a Igreja Católica da África deve lidar com as tensões entre muçulmanos e cristãos e com a competição dos movimentos evangélicos, cujos cultos dinâmicos vêm atraindo mais fiéis. O documento - a ser assinado na cidade de Ouidah, o berço simbólico do Vodu - deve pedir reconciliação, paz e justiça. O papa deve pregar ainda o reconhecimento de elementos de culturas e religiões tradicionais, se eles forem compatíveis com os ensinamentos da Igreja.
O pontífice vai, no entanto, alertar que as pessoas devem rejeitar a magia e bruxaria, condenados pela Igreja por seus "efeitos negativos nas famílias e na sociedade".
A África é o continente em que a fé católica cresce mais rapidamente no mundo, mas no Benin o Vodu é uma religião oficial e muitos dos que são cristãos ou muçulmanos incorporam alguns elementos do Vodu em suas crenças, especialmente em momentos de crise.
"O Vodu é mais que uma crença, é um estilo de vida, incluindo cultura, filosofia, língua, arte, música, dança e medicina. Os líderes do Vodu pedem aos deuses que intervenham em nome das pessoas comuns, mas os moradores locais frisam que isso não tem qualquer ligação com feitiçaria ou magia negra. As pessoas aqui não espetam agulhas em bonecos para causar problemas para seus inimigos, como se vê em alguns filmes ocidentais", explica a repórter da BBC África Virgile Ahissou

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Árvores adubadoras fazem sucesso na África

Centenas de milhares de agricultores familiares da África Austral estão utilizando arbustos e árvores de crescimento rápido para fertilizar seus campos naturalmente e, assim, aumentar a produtividade e rendimento.

Cientistas do ICRAF (World Agroforestry Centre – em português, Centro Mundial de Agrofloresta), uma ONG de pesquisa no Quênia) analisaram o trabalho de duas décadas voltado à introdução das “árvores adubadoras” nas propriedades rurais africanas. Os resultados foram publicados no último mês, na revista International Journal of Agricultural Sustainability (edição de 14 de outubro).

As árvores adubadoras, como a acácia, capturam nitrogênio do ar e o transferem para o solo em um processo conhecido como fixação de nitrogênio. Isso ajuda na assimilação de nutrientes e aumenta a produtividade das lavouras, com potencial para dobrar ou mesmo triplicar as colheitas. As árvores também melhoram a eficiência hídrica das propriedades e ajudam a prevenir a erosão do solo.

“Quatrocentos mil agricultores da África Austral (Malaui, Moçambique, Tanzânia, Zâmbia e Zimbábue) estão utilizando árvores para impulsionar suas produções, e há ainda milhões de agricultores familiares carentes de recursos que poderiam se beneficiar delas”, declarou Oluyede Ajayi, primeiro autor do estudo e cientista sênior do ICRAF.

Os pesquisadores observaram que a produtividade do milho e o rendimento dos agricultores são significativamente mais altos em áreas onde as árvores são utilizadas. Na Zâmbia, por exemplo, os rendimentos dos agricultores que usam árvores adubadoras foram de, em média, US$ 230-330 por hectare, enquanto o rendimentos daqueles que não usam árvores foi de apenas US$ 130. Este aumento na renda proporcionou alimentos para até 114 dias extras.

Segundo Ajayi, a fertilidade do solo cumpre um papel crítico em assegurar a segurança alimentar para agricultores familiares em muitos países africanos. Para ele, é preciso empreender esforços para tirar vantagem de todas as opções disponíveis – incluindo as árvores adubadoras – ao invés de travar inúteis debates acadêmicos sobre fertilizantes orgânicos versus inorgânicos.

Ele sugere a criação de políticas e programas institucionais que possam apoiar o uso das árvores adubadoras e a disseminação de informações sobre seus benefícios. (…)

Fonte: Fertiliser trees prove a hit in southern Africa – SciDev Net, 03/11/2011/Mercado Ético

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Imagens que ajudam a mudar a visão corriqueira sobre a África...

Uma grande cidade européia?
Cidade do Cairo - EGITO
Uma capital brasileira ?
Harare - ZIMBABWE

Flórida?
Dar es Salaam - TANZÂNIA

Uma cidade qualquer do meio-oeste americano?
Windhoek - NAMÍBIA

Um desses Emirados no Oriente Médio ?
Tripoli - LÍBIA